Cientistas estão cada vez mais incorporando a Inteligência Artificial (AI) no campo da Medicina. Em recentes aplicações, a AI foi capaz de identificar câncer, prevenir cegueira e até mesmo salvar vidas humanas. Mas, agora, a AI poderá também ajudar médicos a diagnosticar tumores cerebrais mais rapidamente e com mais precisão.
Uma equipe de médicos e cientistas concluiu que a AI poderá revolucionar a área médica, ao oferecer diagnósticos cada vez mais precisos. Os profissionais, oriundos da University of Michigan Health System e Harvard University, desenvolveram um algoritmo capaz de reduzir significativamente o tempo necessário para analisar e classificar amostras de tecidos durante os procedimentos cirúrgicos.
O futuro dos diagnósticos médicos?
Normalmente, durante uma cirurgia cerebral, os médicos paralisam a operação para coletar tecidos do paciente e, com isso, detectar tumores. O problema é que o tempo para processar e analisar o tecido em um laboratório gira em torno de 30-40 minutos e, nesse período, o paciente corre risco de ter complicações operatórias.
O algoritmo desenvolvido pelos pesquisadores utiliza uma técnica chamada Stimulated Raman Scattering (SRS), que seria capaz de realizar o mesmo procedimento em apenas 3 ou 4 minutos. Por meio do sistema, cirurgiões poderiam diagnosticar tumores sem precisar sair da sala de operações.

Embora o sistema somente seja capaz de identificar tecidos em quatro categorias, um dos cientistas envolvidos no estudo, Dr. Daniel Orrigner, pretende expandir as capacidades do algoritmo para incluir oito categorias diferentes. O acréscimo cobriria quase todos as espécies de tumores que os neurocirurgiões encontram rotineiramente.
O protótipo atual foi elaborado para fins de pesquisa. Mas a equipe almeja realizar um ensaio clínico em larga escala para testar ainda mais as capacidades do sistema. Em síntese, a ideia é incorporar a tecnologia em pequenos hospitais. Ademais, em áreas remotas dos Estados Unidos, com pouco ou nenhum acesso a neurologistas.
A técnica foi testada em 370 pacientes até então. Além disso, apresentou uma taxa de precisão de 90% no diagnóstico de amostras de tecidos. Embora o patamar seja ainda inferior, se comparado aos métodos tradicionais, a expectativa de Orringer é que o algoritmo aprenda sozinho, colete mais dados e ofereça diagnósticos cada vez mais precisos.
Enfim, a inteligência artificial está, sem dúvida, despertando avanços em diversas áreas da Medicina. E à medida que a tecnologia avança, oferece a possibilidade de que os médicos nos deixem saudáveis e salvem mais vidas.