Todos os anos, a revista de design eVolo realiza a sua famosa competição de arranha-céus. A premiação teve início em 2006. Desde então, tem valorizado ideias visionárias que desafiam a forma como entendemos a arquitetura vertical e como projetamos nossas cidades.
A edição de 2017 contou com a inscrição de 444 projetos, dos quais 22 receberam menções honrosas do júri. Mas quem levou o primeiro lugar este ano foi o Mashambas Skyscraper. A iniciativa consiste em uma torre de fazenda vertical que seria capaz de alimentar uma cidade inteira na África subsaariana.

Uma luz para as cidades africanas
Projetado pelos arquitetos poloneses Pawel Lipiński e Mateusz Frankowski, o arranha-céu possibilitaria que pequenos agricultores realizassem o plantio e colheita de alimentos nos andares superiores. Os demais andares contariam com salas de aula e um consultório médico. E o andar térreo incluiria um mercado ao ar livre.

Ao oferecer oportunidades agrícolas à comunidade, o projeto não apenas ajudaria a combater a fome em cidades empobrecidas nos países africanos como permitiria que os agricultores pudessem vender suas colheitas.
Cidades verdes
O principal objetivo do projeto é trazer uma “revolução verde” para as pessoas mais pobres. Em síntese, busca-se oferecer treinamento, fertilizantes e sementes aos pequenos agricultores. O Mashambas Skyscraper possibilitaria a todos a oportunidade de produzir tanto quanto as grandes fazendas modernas.
A estrutura em si seria composta de elementos modulares simples, que poderiam ser desmontadas e transportados para diferentes locais, conforme a necessidade da comunidade. Assim, quando a agricultura em torno do edifício começasse a florescer, a comunidade local poderia se deslocaria facilmente para outros lugares.
Embora o Mashambas Skyscraper seja apenas um conceito por enquanto, Lipiński e Frankowski pretendem torná-lo realidade em breve. O arranha-céu deverá ser construído no sul do deserto do Saara.
Muitos acreditam atualmente que a agricultura é o motor para acabar com a fome na África. O projeto não tem a pretensão de solucionar o problema a curto prazo. Contudo, poderá ser um importante passo para introduzir o conceito de fazendas verticais no país e contribuir para alimentar cidades inteiras no futuro.